Salvador Graciano, o Nhô Belarmino, nasceu num lugarejo chamado Santaria, pertencente a Rio
Branco do Sul-PR no dia 04/11/1920 e faleceu em Curitiba-PR no dia 20/06/1984. Sua esposa
Júlia Alves Graciano, a Nhá Gabriela, nasceu em Curitiba-PR no dia 28/07/1923 e faleceu também
em Curitiba-PR no dia 28/03/1996.
Salvador começou bem cedinho: com apenas oito anos de idade, já gostava de cantar e alegrar a
vizinhança contando anedotas. Sendo de família de músicos, Salvador Graciano aprendeu tocar
diversos instrumentos musicais, dentre eles, a Viola e a Gaita (Pequeno Acordeon) de Oito
Baixos.
Foi aos 14 anos de idade que Salvador adotou o nome artístico de Nhô Belarmino por ser,
segundo ele, "um nome exótico e gozado". E em 1935, aos quinze anos de idade, ele
costumava se apresentar juntamente com sua irmã Pascoalina em festinhas nas redondezas de sua
Rio Branco do Sul natal. Era a Dupla "Nhô Belarmino e Nhá Quitéria", que permaneceu ativa
durante quatro anos. Com o casamento da irmã Pascoalina, o marido não quis que ela continuasse
com a carreira artística e, conseqüentemente a Dupla se desfez.
Sua primeira composição foi "Linda Serrana" (Nhô Belarmino), em 1936, quando contava 16 anos
de idade. Nessa época, Nhô Belarmino integrava o regional da PRB2, a Rádio Clube Paranaense;
esse conjunto acompanhava os cantores que na época se apresentavam ao vivo na renomada
emissora.
Em 1939 (após a separação da Dupla "Nhô Belarmino e Nhá Quitéria"), Nhô Belarmino formou
uma Dupla com Chiquinho Montalto, Dupla essa que participou de diversos programas na
Rádio Clube Paranaense. E foi nessa famosa emissora de Curitiba-PR que Nhô Belarmino conheceu
Júlia Alves, que veio a ser sua esposa em 23/12/1939 e com quem também formou a Dupla
"Nhô Belarmino e Nhá Gabriela", que veio a ser a mais famosa e representativa Dupla Caipira
Raiz do Estado do Paraná.
Tudo aconteceu por volta de 1937, quando Júlia trabalhava numa fábrica de tecidos na Capital
Paranaense. Numa tarde, quando o material de confecção havia se acabado, as funcionárias haviam
sido dispensadas mais cedo. Resolveram então acompanhar uma colega de trabalho num ensaio na
Rádio Clube Paranaense, já que ela participava de um programa de calouros. Chegando à emissora,
Júlia conheceu Salvador e iniciaram o namoro que resultou no casamento que durou 45 anos, com os
filhos: Clóris, Ivan e Rui.
"Nhô Belarmino e Nhá Gabriela" iniciaram profissionalmente em meados de 1940 quando Nhô
Belarmino promoveu um show no bairro de Santa Cândida. Nesse dia havia chovido bastante e os
outros artistas da equipe não puderam chegar ao local. Como a chuva, no entanto, foi passageira,
o povo compareceu e lotou o salão. Bilheteria aberta, público chegando, ingressos que não podiam
ser devolvidos... E os artistas não chegavam! Então Júlia mais algumas primas e amigos
resolveram improvisar: uns declamavam, outros contavam piadas e Nhô Belarmino cantava.
E em dado momento Júlia e Salvador resolveram cantar juntos o famosíssimo valseado "Cavalo
Zaino" (Raul Torres). E agradaram de tal maneira que foram convidados a fazer outras
apresentações em outros dias! Nascia então, quase que por acaso, a Dupla "Nhô Belarmino e
Nhá Gabriela". A foto à esquerda foi gentilmente enviada pelo Radialista, Produtor
e Pesquisador
Maikel Monteiro
de Curitiba-PR (ver abaixo nas Referências Bibliográficas).
Nhô Belarmino "batizou" a esposa e companheira de Dupla com o nome artístico de Nhá Gabriela
em homenagem a uma tia dele que apreciava bastante a Música Caipira.
Em 1942, acompanhados por Nhô Dito (Chiquinho Montalto), Júlia e Salvador formaram o "Trio
Caipira" que estreou nesse mesmo ano com bastante sucesso na PRB-2, a Rádio Clube Paranaense.
Em 1948 transferiram-se para a ZYM-5 Rádio Guairacá permanecendo nessa emissora por mais de
20 anos, animando diversos programas de auditório. Nessa época, músicas como "Passarinho
Prisioneiro" (Luiz Vieira Filho - Nhô Belarmino) e "Linda Serrana" (Nhô Belarmino) passaram a
ser conhecidas e cantadas por seus ouvintes.
Com o sucesso alcançado no Estado do Paraná, Nhô Belarmino e Nhá Gabriela tornaram-se famosos
em vários locais do Brasil. A Dupla chegou a trabalhar por um ano na Rádio Gaúcha em Porto
Alegre-RS, e também por vários meses na Rádio Guanabara (hoje Bandeirantes) no Rio de
Janeiro-RJ, além de vários programas na Rádio Bandeirantes de São Paulo-SP, dos quais também
participaram. A foto acima e à direita foi gentilmente enviada pelo Radialista, Produtor e
Pesquisador
Maikel Monteiro
de Curitiba-PR (ver abaixo nas Referências Bibliográficas).
Nhô Belarmino e Nhá Gabriela gravaram o primeiro disco em 1953, na RCA-Victor (hoje BMG),
com as músicas "Linda Serrana" (Nhô Belarmino) e "Parabéns Paraná" (Nhô Belarmino - Pereirinha).
Essa gravação fez parte das comemorações do Centenário de Emancipação do Estado do Paraná.
E, nos demais discos que se seguiram, Nhô Belarmino gravou cantando em Dupla com sua esposa e
também solando o Acordeon, em composições tais como "Dançando Descalço" (Nhô Belarmino),
"Brincando com Oito Baixos" (Nhô Belarmino), "Mocinhas da Cidade" (Nhô Belarmino), "Paranaguá"
(Nhô Belarmino), "Mocinhas do Sertão" (Nhô Belarmino), "Passarinho Prisioneiro" (Luiz Vieira
Filho - Nhô Belarmino), "Defendendo O Meu Sertão" (Nhô Belarmino), "Moreninha do Vanerão" (Lord
Wilson - Ubiratan), gravações que foram sucesso não só em Curitiba-PR e Região, mas também em
todo o Brasil.
O primeiro LP da Dupla foi gravado em 1961 pela RCA-Camdem (hoje BMG). E, ao longo da carreira,
Nhô Belarmino e Nhá Gabriela gravaram 17 Discos 78 RPM, 3 Compactos (Vinil) e 11 LP's, sendo
que Nhô Belarmino foi compositor de cerca de 99% das músicas gravadas pela Dupla.
Nhô Belarmino teve diversos parceiros na composição, destacando-se dentre todos, o amigo
Moacyr Ângelo Lorusso. Compositor incansável, Nhô Belarmino estava sempre compondo alguma coisa.
Foi nesse mesmo ano de 1953 que veio o estrondoso sucesso do "Passarinho Prisioneiro" (Luiz
Vieira Filho - Nhô Belarmino). E em 1959 veio a consagração definitiva no cenário musical
brasileiro com a gravação do famosíssimo clássico "As Mocinhas da Cidade" (Nhô Belarmino),
cujo sucesso rendeu à Dupla diversas viagens pelos mais diversos Estados Brasileiros em
shows e apresentações que foram memoráveis.
Além das gravações em disco e das participações em programas na Rádio Guairacá e na Rádio
Clube Paranaense, em companhia de seus filhos Cloris e Ivan, Nhô Belarmino e Nhá
Gabriela também apresentaram na TV durante vários anos o programa "Minha Palhoça" e também o
"Rancho de Belarmino e Gabriela", programas nos quais eles se apresentavam com diversas
Duplas paranaenses, tais como "Nascimento e Zeloni",
Mensageiro e Mexicano,
"Leonel Rocha e Campos", além de outras Duplas já consagradas em todo o Brasil, tais como
Tonico e Tinoco
e Léo Canhoto e Robertinho.
O casal também se apresentou em diversos circos e teatros na Capital Paranaense, e também no
Interior do Estado, além dos Estados de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. "Passarinho
Prisioneiro" (Luiz Vieira Filho - Nhô Belarmino) e "Mocinhas da Cidade" (Nhô Belarmino) são
sem dúvida os maiores exemplos do seu sucesso no Paraná e em todo o Brasil.
"Mocinhas da Cidade", por sinal, foi gravada por inúmeros intérpretes, inclusive pelo
cantor "luso-brasileiro" Roberto Leal, além da belíssima gravação de
Pena Branca,
no CD "Semente Caipira", gravado na
Kuarup Discos,
que foi por sinal o primeiro CD que Pena Branca gravou após o falecimento do seu irmão e
companheiro
Xavantinho.
Lamentavelmente, a
Kuarup Discos
se viu obrigada a encerrar suas atividades, no início de 2009, após mais de 30 anos de Excelente Atividade... Resta-nos a esperança de que esse Acervo
Musical não seja perdido e que os respectivos CD's e DVD's sejam adquiridos por outra Gravadora/Produtora o mais breve possível, retornando assim aos
catálogos de vendas...
De acordo com Ubiratan Lustosa, Estudioso do Rádio no Estado do Paraná, em sua excelente
História do Rádio Paranaense,
em seu site
Nosso Encontro Com Ubiratan Lustosa,
"Na vida particular, Salvador e Júlia eram um casal unido, simpático, simples, que
gostava de receber os amigos em suas casas em Curitiba-PR e na litorânea cidade de
Matinhos-PR".
Após vários anos de sucesso, um derrame cerebral vitimou Nhô Belarmino na
década de 1980 e interrompeu a carreira musical e as apresentações da Dupla.
Rolando Boldrin
convidou Nhô Belarmino para participar do seu programa e cantar “Passarinho Prisioneiro"
(Luiz Vieira Filho - Nhô Belarmino), música que há mais de 30 anos atrás já tinha uma
Mensagem Ecológica e da qual o criador do inesquecível "Som Brasil" era fâ desde criança.
Nhô Belarmino, sem ensaio e há vários dias sem exercitar a voz, não queria interpretar o
"Passarinho Prisioneiro". Seu filho, o Acordeonista Ivan Graciano, também compositor,
explicou ao Rolando Boldrin sobre o problema de saúde de seu pai. Rolando pediu então que
Nhô Belarmino cantasse uma musica mais simples; e o próprio Rolando Boldrin decidiu ele mesmo
interpretar o "Passarinho Prisioneiro”, até que Nhô Belarmino também começou a cantar junto
com o Rolando...
...“você não sabe o bem que fez a meu pai...” Foi o que Ivan Graciano disse depois ao
"Cantadô" Rolando Boldrin.
Foi no ano de 1983 a última gravação de Nhô Belarmino cantando, quando ele regravou "As
Mocinhas da Cidade" no álbum "Curitiba Cidade da Gente". Pouco tempo depois, em seu último
trabalho, ele participou de um Compacto Simples (Vinil) apenas tocando; quem cantou no
compacto “Salve, Salve Paraná” e "Moro Lá” foi sua esposa Nhá Gabriela.
E no mês de Junho de 1984, Jurandir Ambonatti organizou diversos espetáculos comemorativos dos
60 anos da Rádio Clube Paranaense. A convite do radialista Léo Pereira, genro de
Nhô Belarmino e Nhá Gabriela, eles estiveram presentes no antigo Ginásio do Clube Atlético
Paranaense, completamente lotado.
Nhô Belarmino subiu ao palco conduzido numa cadeira de rodas. Ao lado de Nhá Gabriela, ele
resolveu cantar e foi entusiasticamente aplaudido, tendo sido talvez uma das maiores ovações
de sua carreira artística.
Com esse novo alento, Nhô Belarmino chegou a pensar em retornar aos palcos. Mas foi a última
apresentação, pois ele faleceu poucos dias depois, nesse mesmo ano de 1984.
Na foto abaixo (também do site
Nosso Encontro Com Ubiratan Lustosa),
em sua última apresentação, que foi em 1984, podemos ver Nhô Belarmino (sentado), ladeado por
sua esposa Nhá Gabriela e pelo filho Ivan Graciano. Na foto também aparecem Leonel Rocha (de
chapéu) e ao seu lado Jurandir Ambonatti:
Alguns anos depois, Nhá Gabriela, incentivada pelos familiares, voltou a cantar, tendo feito
Dupla com seu filho Ivan Graciano, até o dia em que ela também adoeceu, vindo a falecer, em
1996, 12 anos depois de seu esposo Nhô Belarmino.
No ano de 1978, Mário Vendramel entrevistou a Nhô Belarmino e Nhá Gabriela e para o
Museu da Imagem e do Som. Ao que consta, tamanho é o descaso com a Cultura, a
Fita Magnética se deteriorou pela ação do tempo e não se sabe se ainda existe algum registro
dessa entrevista de Nhô Belarmino e Nhá Gabriela no Museu da Imagem e do Som.
Ivan Graciano, por outro lado, mantém a atividade artística como Compositor, Acordeonista,
Produtor Fonográfico e Presidente da Ordem dos Músicos do Paraná. Proprietário da BG Gravações,
(fundada em 1977 juntamente com Nhô Belarmino), onde Nhô Belarmino e Nhá Gabriela chegaram a
gravar dois LP's, Ivan vem proporcionando aos mais humildes Artistas Regionais que eles possam
gravar os seus sonhados CD's. Ivan é também conhecidíssimo animador das noites curitibanas,
sendo que foi dos primeiros a perceber as potencialidades do Forró, coordenando seus animados
bailes populares na Sociedade União Bacacheri.
De acordo com o Jornalista Aramis Millarch, em seu
Tablóide Digital,
Ivan também chegou a apresentar o "Forró de Nhô Belarmino e Nhá Gabriela" no simpático bairro
Santa Felicidade na Capital Paranaense, local esse que acabou tendo o alvará cassado por
intrigas políticas. Após o episódio, Ivan, com um "público cativo e seguro", levou a
apresentação a outros espaços na Sociedade Rio Branco, no bairro do Ahu de Baixo, depois em
São José dos Pinhais-PR, no Barigui do Seminário e finalmente no "Arco Íris"
(Avenida Churchil Nº. 309) (local hoje arrendado ao músico Marabá (Antonio Pereira
dos Santos)).
Em Curitiba-PR, no Centro da Cidade, pode-se visitar, no cruzamento da Rua Cruz Machado
com a Alameda Cabral, a "Fonte Mocinhas da Cidade", que homenageia Nhô Belarmino e Nhá
Gabriela. Com desenhos do Artista Fernando Canalli, possui colunas com pinhões nos capitéis
que emolduram quadros de azulejos com versos da letra da música “Mocinhas da Cidade" (Nhô
Belarmino), que foi sem dúvida o maior sucesso da Dupla.
E, de acordo com o Deputado
Rafael Greca de Macedo,
idealizador da "Fonte Mocinhas da Cidade",
"Para que não nos esqueçamos de nós mesmos. Porque a Cidade somos nós que fazemos. E uma
cidade é o conjunto de seus poetas, a memória de seus cantores, a perene lembrança de seus
músicos e compositores. Generoso, o povo alimenta os artistas com inspiração e aplauso.
Recebe de volta, no ciclo da criação, as harmonias compostas." Citado no dia
26/03/2003, no sétimo aniversário de falecimento de Nhá Gabriela.
E, na foto abaixo, uma panorâmica da "Fonte Mocinhas da Cidade", no dia 05/09/2005, ocasião na qual pude rever a Capital Paranaense, além de ter conhecido também o "Cumpadre" José Francisco da Silva (In Memoriam) e o "Cumpadre"
Maikel Monteiro,
que apresenta o excelente Programa "Brasil Caboclo" na
Rádio Paraná Educativa (e-Paraná) - AM-630 kHz:
Na foto abaixo, da esquerda prá direita, Ricardinho, o
Dr. Afonso Celso Barreiros
e José Francisco (In Memoriam), na Livraria Acervo, em Curitiba-PR, no dia 17/10/2009.
O
Dr. Afonso Barreiros
é Advogado em Curitiba-PR e um admirador da Dupla "Nhô Belarmino e Nhá Gabriela". Ele é considerado o "Guardião da Fonte", pois, num trabalho voluntário,
ele mantém sempre atenção à conservação da mesma, comunicando de imediato os setores responsáveis, em caso de qualquer problema e/ou irregularidade!
Na foto abaixo, da esquerda prá direita, Ricardinho,
Nézio,
o
Dr. Afonso Celso Barreiros
(o "Guardião da Fonte") e o "Cumpadre" José Francisco (In Memoriam), na Livraria Acervo, em Curitiba-PR, no dia 17/10/2009.
Segue abaixo o texto "A Fonte Encantada" de autoria do "Guardião da Fonte", o Dr. Afonso Celso Barreiros:
"
O Poeta Imortal Guimarães Rosa escreveu, num momento de rara inspiração, que 'as pessoas não morrem, ficam encantadas'.
Referia-se, com toda certeza o Mestre Escritor, que não morrem, ficam encantadas, aquelas pessoas de almas puras, generosas e sensíveis, assim como são os
Poetas, os Artistas do povo, Mensageiros da Paz, do amor e da alegria.
'Nhô Belarmino e Nhá Gabriela' são dessas pessoas especiais e por isso não morreram e não morrerão jamais. Apenas ficaram encantadas e nesse encanto
permanecem vivas no coração dos seus familiares, dos muitos amigos e dos milhares de admiradores.
Não passa despercebido, quem passa pelo cruzamento da Rua Cruz Machado com a Alameda Cabral, bem no centro da Capital Paranaense, um monumento em homenagem
a esses dois Caipiras de raro talento, que colocaram Curitiba-PR e o Paraná no cenário nacional da nossa Boa Música Sertaneja.
A fonte 'Mocinhas da Cidade', nome da Música de maior sucesso da Dupla, entre outros tantos, é parada obrigatória para um momento de reflexão e para
relembrar os versos da canção gravada nos azulejos, sob o som tranqüilo das águas que brotam da fonte, tendo ao centro a imagem iluminada dos imortais
'Nhô Belarmino e Nhá Gabriela', um trabalho primoroso do artista Fernando Canalli, por obra e graça do então prefeito Rafael Greca de Macedo, que tomou a
iniciativa de prestar esta merecida homenagem aos mais famosos e admiráveis caipiras da Terra dos Pinheirais.
Justa homenagem que Curitiba-PR presta aos seus cidadãos ilustres, Salvador e Julia Graciano, o Nhô Belarmino e a Nhá Gabriela, que permanecerão sempre,
assim, encantados, bem no coração da nossa cidade e, eternamente, na memória do seu povo.
Quando a Canção 'Mocinhas da Cidade' foi gravada, há quase cinco décadas, ainda criança, bem longe de Curitiba-PR, lá pelo Interior Paulista, eu já
ouvia esses Caipiras com sotaque tipicamente curitibano, bem diferente do jeito de falar da gente da nossa região.
A televisão, naquele tempo, ainda era um sonho e era pelo rádio que se ouvia o 'não é sede não é nada, moreninha, eu vim aqui só pra te vê'.
Não é demais lembrar que, mais tarde, para não desagradar as mocinhas da roça, a Dupla gravou também 'Mocinhas do Sertão', sem dúvida uma bela
canção, outro grande sucesso, mas o xote 'Mocinhas da Cidade' é que ficou marcado como sendo a moda dos Caipiras da terra do 'leite quente'.
O Tempo passou e quis o destino, caprichoso, que eu viesse morar nesta bela Curitiba-PR e quis mais: quis que da janela da minha casa eu pudesse ouvir o
suave barulho das águas da fonte 'Mocinhas da Cidade' e ali, extasiado, fico contemplando a beleza e o encanto da fonte, e até parece, fechando os
olhos, que ouço entoar a bela melodia e me vejo dizendo a essa Dupla genial: 'eu vim aqui só pra te vê!'.
Se, eventualmente, a água não está brotando, se um vândalo comete o crime de uma pichação ou mesmo a ação do tempo deixa com menos brilho a minha fonte
encantada, lá vou eu buscar auxílio junto ao setor competente da administração da cidade para os reparos necessários, o que me rendeu o título de
'Guardião da Fonte', aliás, honroso título que os amigos mais próximos e também admiradores da Dupla carinhosamente me outorgaram.
Sempre digo que existem na cidade milhares de apartamentos: grandes, pequenos, com piscina, sem piscina, com mais isso ou mais aquilo, mas, uma 'fonte
encantada', só o meu tem.
Para os vizinhos, que também desfrutam dessa maravilha, pode ser que seja apenas uma bela fonte, isso porque, talvez, ainda não tenham percebido que ela é
muito mais do que isso. É, além de bela, encantada, para quem vê com os olhos da alma.
Se você quiser conhecer um apartamento com uma fonte muito especial, venha visitar o meu. Será um prazer recebê-lo para um dedo de prosa e quem sabe tocar
umas Modas de Viola, contemplando da janela as belezas da minha fonte encantada e ouvindo o suave murmúrio do brotar de suas águas.
Essa é a fonte 'Mocinhas da Cidade', a minha fonte, que também pode ser sua e de todos aqueles que, como eu, aprenderam a admirar esses
inesquecíveis e encantados 'Nhô Belarmino e Nhá Gabriela', Caipiras da melhor estirpe, orgulho do Paraná, que conquistaram, merecidamente, lugar de destaque
no cenário nacional da nossa Música Sertaneja.
Sua benção, 'Nhô Belarmino e Nhá Gabriela'. Obrigado pelo legado que deixaram, Obras-Primas que enriquecem o repertório da nossa melhor e mais autêntica
Música Popular Brasileira.
"
Quero aqui destacar o CD "Mocinhas Da Cidade", produzido por
Roberto Stanganelli,
lançado pela
Movieplay
e que apresenta uma seleção de 14 sucessos bastante representativos da Dupla "Nhô Belarmino e
Nhá Gabriela", dentre os quais podemos destacar "Mocinhas da Cidade" (Nhô Belarmino), "Mocinhas
do Sertão" (Nhô Belarmino), "Paranaguá" (Nhô Belarmino), "Passarinho Prisioneiro" (Luiz
Vieira Filho - Nhô Belarmino), "Recordando O Sul" (Siqueira - Nhô Belarmino) e "O Lenhador"
(Moacyr Ângelo Lorusso - Nhô Belarmino).
Quero destacar a produção do excelente Filme-Documentário-Musical "Belarmino e Gabriela" que estreou de forma solene no Museu Oscar Niemeyer em Curitiba-PR
no dia 25/10/2007! Dirigido por
Geraldo Pioli,
com roteiro de Geraldo Pioli e Altenir Silva, Direção Musical de Ivan Graciano, e com a participação de Ivan Graciano, Rui Graciano e Soraya Valente, além
de Cassianinho, Marinho Gallera, Jota Eme, Lico Luvizotto e do grupo
Viola Quebrada.
Parabéns a todos que participaram dessa maravilhosa Produção, de fundamental importância para a Preservação da Memória Musical da escelente Dupla que foi
Nhô Belarmino e Nhá Gabriela, e que tão bem representa musicalmente o Estado do Paraná!!
Na foto abaixo,
Geraldo Pioli
(de chapéu branco) na Estréia Nacional do Filme "Belarmino e Gabriela" no dia 25/10/2007 no Museu Oscar Niemeyer, na Capital Paranaense:
E, na foto abaixo, da esquerda prá direita,
Margareth Makiolke,
Ricardinho,
Oswaldo Rios
e o Vice-Governador do Paraná Orlando Pessuti, na estréia do filme "Belarmino e Gabriela", no Museu Oscar Niemeyer em Curitiba-PR no dia 25/10/2007,
lembrando que Margareth e Oswaldo são integrantes do excelente grupo
Viola Quebrada
que também participou do filme!
Quero aqui destacar o excelente Livro de Ivan Graciano "Belarmino e Gabriela - Histórias, Causos e Prosas" - ISBN: 978-85-99034-20-0 - lançado em
Setembro de 2009 pela
Gramophone Produtora Cultural - Curitiba-PR,
com prefácio escrito pelo excelente Radialista, Produtor e Pesquisador
Maikel Monteiro
(que apresenta o excelente Programa "Brasil Caboclo", que vai ao ar todos os Domingos às 07:00 da manhã pela
Rádio Paraná Educativa (e-Paraná)
de Curitiba-PR - AM-630 kHz). Acompanham o Livro dois excelentes CD's contendo raríssimas gravações da Dupla "Nhô Belarmino e Nhá Gabriela", além de
interpretações mais recentes a cargo de Ivan Graciano, autor do livro e filho do inesquecível casal paranaense!!
Na foto abaixo, da esquerda prá direita, Ricardinho, José Francisco (In Memoriam), Ivan Graciano e Maikel Monteiro, no dia 17/10/2009 na Rádio e TV Paraná Educativa em
Curitiba-PR.
Na foto abaixo, da esquerda prá direita, Ricardinho, José Francisco (In Memoriam) e Ivan Graciano, que estava autografando o Livro
"Belarmino e Gabriela - Histórias, Causos e Prosas", em Curitiba-PR, no dia 19/10/2009.
Na foto abaixo, da esquerda prá direita, o Radialista
Ubiratan Lustosa,
Ivan Graciano (filho do casal Nhô Belarmino e Nhá Gabriela) e Ricardinho, no dia 18/01/2007,
em Curitiba-PR, por ocasião do aniversário do Radialista
Maikel Monteiro
que conhece a fundo a trajetória dessa excelente Dupla Caipira Paranaense:
Na foto abaixo, da esquerda prá direita, Ivan Graciano, Ricardinho, José Francisco (In Memoriam),
Maikel Monteiro e
Geraldo Pioli,
também no dia 18/01/2007, aniversário de
Maikel.
Geraldo Pioli foi o Diretor do excelente Filme-Documentário sobre a vida dessa excelente Dupla que foi Nhô Belarmino e Nhá Gabriela, filme esse que teve
sua estréia solene no Museu Oscar Niemeyer em Curitiba-PR no dia 25/10/2007, conforme mencionado logo acima.
Na foto abaixo, Ivan Graciano e Ricardinho, no mesmo dia 18/01/2007, quando pudemos participar
com bastante alegria do aniversário de
Maikel Monteiro.
E, na foto abaixo, Rui Graciano (à direita), Soraya Valente (à esquerda) e Ricardinho (ao centro) no Museu Oscar Niemeyer em Curitiba-PR no dia 25/10/2007,
quando da estréia solene do Filme-Documentário Musical "Belarmino e Grabriela". Rui Graciano também é filho de Nhô Belarmino e Nhá Gabriela e, juntamente
com a Esposa Soraya Valente, formam uma excelente Dupla que preserva a Memória Musical da célebre Dupla Paranaense!.
E foi com profunda tristeza que a Cultura Caipira recebeu a notícia do falecimento de Ivan Graciano, no dia 05/06/2016, por volta das 23:00, em Curitiba-PR, quando contava 71 anos de idade...
Algum tempo após ter passado por uma cirurgia no intestino, e também por problemas renais, Ivan Graciano passou para o Oriente Eterno.·., após ter sofrido uma parada cardíaca...
O Velório se deu na Capela da Luz, no Cemitério Municipal de Curitiba-PR, onde repousam seus Restos Mortais...
Ivan Gracionou deixou sua Esposa, dois Filhos e seis Netos...
A partida de Ivan Graciano deixou, sem dúvida, um enorme "vazio" na nossa Autêntica Música Caipira Raiz, mas com certeza, ele foi recebido de braços abertos no Oriente Eterno.·.!!! Sua Voz, seu Acordeon e suas Composições Musicais agora já fazem parte do Grande Coro e da Grande Orquestra Celestial de Violeiros.·. ... dos quais seus Pais, Nhô Belarmino e Nhá Gabriela, já vinham fazendo parte desde 1984 e 1996, respectivamente, dessa Belíssima Formação Musical, sob a Regência do Grande.·. Arquiteto.·. Do.·. Universo.·. ...
Ivan Graciano: Receba de Netinha e Ricardinho essa singela homenagem...
E, logo abaixo, um Belíssimo Trabalho Artístico de Adriana Padilha, representando o Paraíso Celestial com Ivan Graciano e seus Pais Nhô Belarmino e Nhá Gabriela!!! Parabéns, Adriana Padilha!!!
O resumo biográfico das
Primas Miranda e das Duplas
Mensageiro e Mexicano e
Nízio e Nézio,
por sinal, foi fornecido na íntegra por Maikel Monteiro, que também me forneceu duas raríssimas fotos e preciosíssimas informações sobre a Dupla
"Nhô Belarmino e Nhá Gabriela"!!!
O "Cumpadre" José Francisco da Silva (In Memoriam) também apresentou, durante vários anos, esse excelente Programa junto com o "Cumpadre" Maikel Monteiro...
Muito Obrigado, mais uma vez, "Cumpadres" Maikel e Zé Francisco!!! Parabéns por esse gesto que enriquece e ajuda cada vez mais e de forma brilhante a
Preservação da Memória Musical Brasileira!!
Essa viagem pela Música Caipira Raiz continua:
Clique aqui
e pegue o trem, que ele agora irá para Bofete-SP: conheça um pouquinho desse verdadeiro "Patriarca" da Música Caipira Raiz que foi Adauto Ezequiel, o
Carreirinho
que "permaneceu na estrada" até depois de seus 80 anos de idade, tendo formado sua última Dupla com seu parceiro tricordiano Sebastião Gonçalo, o
Carreiro.