"E lá vai o trem
Cruzando serras e planícies das Gerais,
Queimando lenha, soltando brasa,
E o maquinista diz que é muito feliz..."
"Trem das Gerais" (Xavantinho)
A excelente Dupla Caipira autêntica que "uniu dois mundos" de nossa Boa Música Brasileira e com total harmonia: além de contar com a
admiração do público que aprecia a Moda de Viola, corajosamente ousaram e foram bem sucedidos em interpretar uma versão totalmente
original e pessoal de "Cio da Terra" (Milton Nascimento - Chico Buarque de Hollanda), uma composição musical que aparentemente
"não tinha nada a ver com o repertório Caipira Raiz", no entanto, a bela melodia que já fazia sucesso na MPB tornou-se um
"Clássico do Repertório Caipira", agradando aos dois públicos que, antes, ou não conhecia a dupla, ou não conhecia a Composição de Chico e Milton.
Esse trem agora levará o Apreciador ao Triângulo Mineiro, a Região onde foi criada essa maravilhosa Dupla que realizou o "casamento harmonioso" da
Fina Flor da MPB com a Música Caipira Raiz: Pena Branca e Xavantinho!!
Influenciados por
Tião Carreiro,
Zé do Rancho,
Tonico e Tinoco,
Zico e Zeca e
Vieira e Vieirinha,
entre outros, José Ramiro Sobrinho, o Pena Branca, nasceu em Igarapava-SP no dia 04/09/1939 e faleceu em São Paulo-SP, aos 70 anos, no dia 08/02/2010; e
Ranulfo Ramiro da Silva, o Xavantinho, nasceu em Cruzeiro dos Peixotos, Distrito de Uberlândia-MG, em 26/12/1942 e faleceu em São Paulo aos 56 anos, em
08/10/1999. Criados na Região de Uberlândia no Triângulo Mineiro, eram filhos de Dolores Maria de Jesus, (a "Coitinha" como era carinhosamente conhecida),
que lavava roupa para fora, e de Francisco da Silva, que trabalhava numa pequena lavoura que possuía e também criava algumas cabeças de gado em terreno
arrendado.
Dona "Coitinha" cantava com Seu Francisco que também tocava Cavaquinho. Além de cantar, ela
também marcava o ritmo com instrumentos de percussão que improvisava com cabaças de porongo e
colheres de pau. Assim foi o primeiro contato musical dos meninos que aprenderam os primeiros
acordes musicais no Cavaquinho do Seu Francisco, que faleceu repentinamente em 1950 quando José
Ramiro e Ranulfo tinham apenas 11 e 8 anos respectivamente.
Sendo o primogênito, Pena Branca teve que assumir a responsabilidade do sustento da família.
Dona "Coitinha" continuava com as improvisações dos instrumentos musicais, tendo inclusive
confeccionado uma Viola feita de cabaça de porongo e sandálias velhas, cujas tiras de couro
foram cortadas em fios finíssimos e fizeram a vez das cordas! E era ela quem mais queria que
os meninos tentassem uma carreira artística, já que considerava a Música como sendo a
"libertação" daquele trabalho rude e que seguia um sistema praticamente escravocrata.
Em 1953, durante a entressafra, José Ramiro foi trabalhar em Ituiutaba-MG como carregador
nos frigoríficos e armazéns. Foi nessa época que comprou sua primeira Viola e formou
com Zé Pretinho a dupla "Zé Miranda e João do Campo". E, quando voltava a época da safra,
José Ramiro voltava prá casa e continuava o trabalho nas fazendas, onde nas horas de folga
ensaiava com o irmão Ranulfo. Nesse trabalho, José Ramiro e Ranulfo não recebiam dinheiro,
e sim "ordens de pagamento" ao armazém de secos e molhados da localidade.
Melhorando com o tempo o desempenho, começaram a participar de Folias de Reis, quermesses e
bailes. Eram comuns também os mutirões em finais de semana, os quais sempre acabavam numa
comemoração com comida, bebida, Música e Dança. E os dois irmãos animavam a festa.
Três anos depois desfez-se a parceria com Zé Pretinho. José Ramiro e Ranulfo continuavam os
ensaios freqüentes, e começaram a desenvolver os estilos inspirados nas Duplas Caipiras da
época. José Ramiro tocando uma "Viola de Craveia" e Ranulfo tocando um velho Violão emprestado
de um amigo. E já se apresentavam em clubes onde muitas vezes "os palcos eram formados por
mesas reunidas".
Em 1958, quando participaram do programa do Coronel Hipopota na Rádio Educadora de Uberlândia-MG, o locutor cismou que "José e Ranulfo"
(como eles se denominavam) "não era nome de dupla". Contra a vontade dos dois irmãos, anunciou no microfone da emissora a Dupla
"Peroba e Jatobá". José e Ranulfo não gostaram do nome, apesar da insistência do Coronel Hipopota. Na apresentação seguinte adotaram os
nomes de "Barcelo e Barcelinho". Não satisteitos, mudaram o nome para "Xavante e Xavantinho", lembrando das aulas de História na Escola
Primária, e homenageando também o Índio Brasileiro. Na época, os irmãos continuavam trabalhando como carregadores, o que possibilitou a
compra de novas Violas. Eles se apresentavam em todos os lugares, e não recusavam nenhum convite. Ranulfo, o Xavantinho, também começou
nessa época a escrever as suas primeiras letras.
Com o Sanfoneiro Pinagi formaram o "Trio Pena Branca", que em 1964 se apresentava em pequenas cidades do interior Goiano. Seu estilo era
influenciado diretamente por
Vieira e Vieirinha,
e também por
Pedro Bento e Zé da Estrada, e
"Serrinha e Ramón Perez". No repertório, canções típicas da Zona Rural Mineira, Polcas Paraguaias, Folclore Boliviano e Toadas Mexicanas.
Desfez-se mais tarde o trio, porém os irmãos "Xavante e Xavantinho" continuaram a se apresentar, e concentraram seu trabalho entre o
Triângulo Mineiro e a região Centro-Oeste do Brasil.
E, mais uma vez, tiveram que trocar de nome, pois havia aparecido um cantor de nome artístico Xavante, que formava um trio com Taquari e Otavinho
e passara a exigir dinheiro para utilização do seu nome pela dupla "Xavante e Xavantinho". Desta vez então, os irmãos José e Ranulfo
aproveitaram o nome do trio que haviam formado antes com Pinagi, o "Trio Pena Branca" e, a partir de então, José Ramiro passou a ser o
Pena Branca, e Ranulfo, o Xavantinho, ficando a excelente dupla com o nome consagrado que chegou até nós, a despeito das descrenças do
Coronel Hipopota que insistia em "Peroba e Jatobá" e afirmava também que com aquele "constante troca-troca" de nomes, a Dupla não faria sucesso,
embora soubessem cantar muito bem! Aliás, o nome definitivo da dupla nasceu já na Capital Paulista como será mencionado logo abaixo...
E na dupla, Xavantinho tocava o Violão enquanto seu irmão Pena Branca sempre foi o responsável pelo som da Viola Caipira!!
E o destino parecia estar traçado: em 1968, Ramiro e um motorista da transportadora na qual trabalhavam tiveram que ir recuperar a carga
de um caminhão que estava a caminho de São Paulo-SP e que havia caído em uma ribanceira no canal de São Simão no Estado de Goiás.
Ao término do trabalho, Xavantinho decidiu "pedir carona" e seguir junto com o caminhão usado no socorro, rumo à Paulicéia Desvairada,
"apenas com a cara e a coragem" e a roupa suja de lama no corpo, sem sequer avisar previamente a família... E prometeu ao irmão Pena Branca:
"Mano, um dia vou tirar você daí".
Na Capital Bandeirante continuou trabalhando na filial da mesma transportadora, onde foi promovido a entregador de encomendas. Prosseguia
com os ensaios nas horas de folga. Algum tempo depois, Pena Branca também foi para junto do irmão, chamado por ele através de uma carta, e
passou a trabalhar na mesma empresa de transporte como conferente de carga. Os dois moravam na pensão da Dona Judite no bairro do Canindé.
E começaram a se apresentar em São Paulo-SP. Em 1969, integraram o grupo de músicos do "Rei do Laço", que era um clube de divulgação da
Música Caipira, freqüentado por figuras importantes do meio, como os famosos e respeitados
Tonico e Tinoco,
e também a dupla, na época iniciante,
Milionário e José Rico.
Em 1970 conquistaram o quarto lugar num festival promovido pela Rádio Cometa e foram convidados a participar da gravação de um compacto,
com a música vitoriosa, "Saudade". Foi inclusive na hora de receber esse prêmio que apareceu o cantor de nome artístico Xavante,
já mencionado acima, que quis inclusive "vender o nome" para José e Ranulfo que não quiseram. Subiram então no palco e anunciaram
que, a partir daquele instante, eles eram "Pena Branca e Xavantinho"!
Em 1975, passaram a integrar a Orquestra "Coração de Viola", em Guarulhos-SP.
Inezita Barroso,
num belo dia, estava ensaiando com essa orquestra e percebeu o potencial de Pena Branca e Xavantinho: "Meninos, vocês têm um
grande futuro, mas vocês só acontecerão se saírem daqui". Também a dupla Coração do Brasil,
Tonico e Tinoco,
foi fazer um show em Barretos-SP e eles perceberam o valor de José e Ranulfo: "Queremos esses dois meninos com a gente".
No mesmo ano ainda, "Pena Branca e Xavantinho" foram contratados para se apresentar na Basílica de Aparecida do Norte-SP, nos
finais de semana, num coreto montado junto à ferrovia. Os shows eram produzidos por Roberto de Oliveira, irmão de
Renato Teixeira.
Em 1979, o mesmo Empresário Roberto de Oliveira, da gravadora WEA, procurava talentos para integrar o projeto do Selo Rodeio,
um selo específico para Músicas Regionais. E veio o convite para um teste de estúdio após uma apresentação da Dupla em
Aparecida do Norte-SP. Houve, porém um desencontro e quando chegaram ao estúdio, foram informados de que Roberto havia viajado a
negócios. O funcionário que os atendeu recebeu muito negativamente a música "Que Terreiro É Esse?" (Xavantinho) e detestou mais ainda as
outras Músicas que eles apresentaram. Nada foi feito e o funcionário aconselhou aos dois irmãos que "...pegassem a Viola e fossem prá
casa ensaiar outras coisas, mudar o repertório...".
No ano seguinte, em 1980, seguiram o conselho de Roberto de Oliveira e se increveram no Festival MPB Shell daquele ano, com a música
"Que Terreiro É Esse?" (Xavantinho), a mesma que havia sido ridicularizada pelo funcionário da WEA. Na apresentação, no Maracanãzinho no Rio de
Janeiro-RJ, interpretaram a música acompanhados de 16 Violeiros da Orquestra de Guarulhos-SP mais um grupo de Percussionistas. A platéia
acompanhou com palmas, e a Música foi classificada para as finais. Durante o Festival, conheceram
Renato Teixeira,
Almir Sater,
Diana Pequeno, e muitas outras "feras" da Fina Flor da MPB com as quais criariam laços permanentes e importantíssimos.
Roberto de Oliveira, por outro lado, ficou surpreso quando soube da recusa do funcionário da gravadora, que, de acordo com o Empresário,
teria sido um total descumprimento de suas orientações. E, para "reparar o incidente" o mais rápido possível, providenciou o lançamento
do primeiro LP de Pena Branca e Xavantinho: "Velha Morada", incluindo a música que havia sido refugada: "Que Terreiro É Esse?" (Xavantinho).
No entanto, foi outra Música a que mais chamou a atenção da crítica e do meio musical: o célebre "Cio da Terra" (Chico Buarque - Milton
Nascimento).
E a iniciativa para esse "Casamento Harmonioso" partiu de Xavantinho: ele gostava do "Cio da Terra" (Chico Buarque - Milton
Nascimento) e insistia que a Música podia ser gravada em dueto, com as vozes terçadas. Para Pena Branca, foi difícil "encontrar a segunda voz",
mas o resultado valeu a pena: o "casamento" foi finalmente consagrado!
Renato Teixeira
já havia iniciado o "casamento" entre a MPB Urbana e a Música Caipira; Pena Branca e Xavantinho consagraram este casamento, seduzindo
um "público da cidade grande" a um novo estilo na MPB e mostrando também ao interiorano "novos filões". Bom para ambas as partes...
E começaram os convites para programas de TV. O primeiro veio de
Rolando Boldrin,
que chamou os irmãos do Triângulo Mineiro para a estréia do inesquecível Programa "Som Brasil" na Rede Globo em 1981. Rolando Boldrin tinha
conseguido localizar José e Ranulfo num "quarto e cozinha" em Guarulhos-SP.
No mesmo programa, juntamente com o próprio Milton Nascimento, cantaram "Cio da Terra" (Chico Buarque - Milton Nascimento). "Naquele dia
ficamos muito nervosos, mas deu pra agüentar durante a gravação, só depois, no camarim, é que a gente não agüentou a emoção e começou a chorar...".
E começaram a viajar pelo Brasil, dentro do projeto "Som do Brasil". Durante este período, assimilaram também novos ritmos,
incorporando-os ao seu Estilo Musical. Para nossa felicidade, esse LP foi remasterizado em CD e se encontra disponível!
Nesse ano cantaram junto com Milton Nascimento, no show "Trinta Anos da Anistia Internacional", em Curitiba-PR, realizado na
famosa pedreira Paulo Leminski, famosíssima pela sua "acústica natural" e que reuniu vários artistas a fim de angariar fundos
para a entidade. Na mesma "pedreira" também já se apresentaram outros músicos mundialmente consagrados, como por exemplo, o célebre
Tenor Catalão José Carreras!
O terceiro disco, "Cio da Terra", só veio cinco anos depois, em 1987, na Continental, e desta vez, "derrubando todas as barreiras"
entre Música Caipira e Urbana", consagrando o "Harmonioso Casamento de Estilos" de nossa Boa Música Brasileira. Gravaram
Luiz Gonzaga,
Lupicínio Rodrigues,
Tavinho Moura
e Wagner Tiso, sempre com versões inovadoras. Durante as gravações, em Belo Horizonte-MG, Milton Nascimento falou aos irmãos:
"Vamos fazer Cio da Terra". E Xavantinho relembrou:
"Eu não acreditava que o Milton ia cantar com a gente. Eu falava "ai, meu Deus do céu…". Depois eu fiquei com medo
porque ele ficou de colocar a voz e nós viemos embora. Eu achava que eles iam tirar a voz; que eles iam achar alguma coisa
errada e iam tirar a voz do Milton. Mas não, a coisa se multiplicou - pois daí entrou o Marcus Viana tocando, mais o pessoal
do "Clube da Esquina". O
Tavinho Moura
entrou também, com a música "Peixinhos do Mar"… Depois essa fita veio para a Continental e saiu o disco. Esse disco é o
nosso passaporte, é o nosso cavalo de batalha. Cada dia que a gente canta Cio da Terra ele brilha mais!".
A consagração estava acontecendo! E nada melhor do que um Encontro entre os Mineiros!! O Mineiro de Três Pontas e os
Irmãos do Triângulo Mineiro, juntamente com o já consagrado "Clube da Esquina" (é certo que Milton Nascimento nasceu na
Cidade Maravilhosa, mas foi adotado com bem poucos dias de vida e levado pelos pais adotivos do Rio de Janeiro-RJ para Três Pontas-MG,
onde o "Bituca" viveu sua infância, juventude e adolescência: Mineiro de Coração, Uai, sô!). E, Pena Branca, era Paulista, mas, não há
dúvida de que tinha um Coração Mineiro... do Triângulo!!
Conforme já mencionei na página dedicada ao
Rolando Boldrin,
para ele, é nas Minas Gerais que se encontra "o mais rico celeiro" de Músicos que realmente valorizam a Cultura Rural e cita como exemplo
os irmãos Pena Branca e Xavantinho da região de Uberlândia-MG e também a Solista de Viola
Renato Andrade,
além do cantador Tadeu Franco e do compositor Paulinho Pedra Azul.
Pena Branca e Xavantinho, no entanto, continuavam (e continuam!!) não tendo a divulgação de seu trabalho, no Brasil, na intensidade
com que sempre mereceram, talvez por "não se adequarem ao padrão moderno, imposto pela mídia e pela gravadoras", à "Música Sertaneja".
Mas quem ouve seus CD's, ou pelo menos teve a oportunidade de vê-los (como na apresentação que fizeram no programa da
TV Cultura,
"Bem Brasil" e também no programa "Ensaio" na mesma maravilhosa
TV Cultura
de Sâo Paulo-SP), não consegue deixar de considerá-los, uma das melhores Duplas Caipiras de todos os tempos, equiparável à
Tonico e Tinoco,
Liu e Léu
ou
Raul Torres
e Florêncio. Como bem disse
Inezita Barroso:
"eles fazem Música Caipira e não música sertaneja".
Eu, particularmente, como Apreciador, não posso deixar de inserir um comentário meu, pois foi em 1990 que tive a felicidade de assistir no
Teatro Municipal de Santo André-SP à Peça Teatral "As Estrambóticas Aventuras da Música Caipira" que, traçando a História da Vida de
Cornélio Pires,
entre um quadro e outro, o cenário mudava, o palco se mexia e uma "plataforma deslizante" trazia para a cena a Dupla Pena Branca e Xavantinho
que cantava um "Clássico Caipira Raiz" ou então um sucesso da época, como por exemplo "No Rancho Fundo" (Lamartine Babo - Ary Barroso)
(que era sucesso com a Dupla Chitãozinho e Xororó em 1990). Foi nesse espetáculo (no qual, por sinal, comprei ingresso para um espetáculo
e assisti a duas maravilhosas Produções: a Peça Teatral e o Show da Dupla!), que tive o prazer de conhecer pessoalmente a maravilhosa
Dupla do Triângulo Mineiro!!!
E em 1988, o LP e CD "Canto Violeiro", contou com a participação de Fagner,
Tião Carreiro,
Almir Sater
e Oswaldinho do Acordeon.
"Penas do Tiê" (Folclore com adaptação de Fagner) e "Calix Bento" (folclore adaptado por Tavinho Moura), presentes nesse CD, harmonizaram
ainda mais o "casamento" da Música Urbana com a Música Caipira, que já havia sido celebrado com o "Cio da Terra" (Milton Nascimento - Chico Buarque).
"Eu, A Viola e Deus" (Rolando Boldrin) também faz parte desse maravilhoso CD.
O disco seguinte, "Cantadô de Mundo Afora", conquistou o prêmio Sharp de 1990 como sendo Melhor Disco, Melhor Dupla e Melhor Música
("Casa de Barro" (Xavantinho - Moniz)).
Em 1992, novo prêmio Sharp de melhor disco, conquistaram desta vez com o CD "Ao Vivo em Tatuí", juntamente com
Renato Teixeira,
e que foi produzido por Mário de Aratanha e Leo Stinghen; também conquistou o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) na
categoria de Melhor Disco. E, com este excelente trabalho, conquistariam em 1999, seu primeiro Disco de Ouro, recebido no programa
Viola, Minha Viola,
apresentado na
TV Cultura
de São Paulo-SP pela "madrinha"
Inezita Barroso.
O CD "Violas e Canções" foi lançado em 1993, com Toadas, Batuques e Folias de Reis, e uma versão de "O Ciúme" (Caetano Veloso),
selando mais uma vez o "casamento" de estilos em nossa Boa Música Brasileira. Também estão nesse CD excelentes gravações de
"Viola Quebrada" (Mário de Andrade - Ary Kerner), "Uirapuru" (Murilo Latini - Jacobina) e "Triste Berrante" (Adauto Santos). Eu,
particularmente, considero esse o melhor Disco lançado pela Dupla do Triângulo Mineiro. E, nesse mesmo ano, a Dupla também se
apresentou nos Estados Unidos, realizando shows em New York, New Jersey, Pompano Beach, Miami e Boston!!!
Clique Aqui e ouça "Viola Quebrada" (Mário de Andrade -
Ary Kerney) interpretada por Ná Ozzetti, Pena Branca e Xavantinho, no site da
MPB-NET. Essa gravação faz parte do CD "Violas e Canções", lançado em 1993.
Em 1995, Pena Branca e Xavantinho gravaram na Velas o CD "Ribeirão Encheu", produzido por
Tavinho Moura
e Geraldo Vianna, com destaque para "Chaleira do Alto da Poeira" (Tavinho Moura - Fernando Brant),
"Luar do Sertão" (Catulo da Paixão Cearense - João Pernambuco), "No Dia Em Que Eu Vim Me Embora" (Caetano Veloso - Gilberto Gil),
"Sodade Meu Bem Sodade" (Zé do Norte), "Fiquem Com Deus" (Dominguinhos - Oliveira), "A Mulher E O Mar" (Jota Maranhão - Paulo César Pinheiro),
"Trem das Gerais" (Xavantinho) (a Música cujo trecho o Apreciador ouve ao acessar essa página), além da faixa-título
"Ribeirão Encheu" (adapt. Tavinho Moura)!
E, em 1996, a inesquecível Dupla do Triângulo Mineiro gravou (também na gravadora Velas) o CD "Pingo D’Água", Produção e Direção Musical
de Kapenga Ventura, com vários sucessos tradicionais do gênero Caipira Raiz e também da Fina Flor da MPB, tais como
"Farra de Peão" (Almir Sater - Xavantinho - Renato Teixeira), "A Vida Do Viajante" (Luiz Gonzaga - Hervê Cordovil),
"A Saudade Mata a Gente" (João de Barro Braguinha - Antônio Almeida), "O Trem Tá Feio" (Tavinho Moura - Murilo Antunes),
"Baião da Serra Grande" (Palmeira - Fred Willians), "Romaria" (Renato Teixeira), "Poeira" (Luiz Bonan - Serafim C. Gomes),
além da faixa-título "Pingo D' Água" (Raul Torres - João Pacífico).
Em maio de 1997 conquistaram novo Prêmio Sharp na categoria Melhor Dupla Sertaneja, tendo concorrido com Chitãozinho e Xororó e João Mulato e
Pardinho. O último trabalho discográfico da dupla foi o CD "Coração Matuto", lançado em 1998 pela gravadora Paradoxx, novamente produção e arranjos por
Kapenga Ventura. No repertório estão "Planeta Água" (Guilherme Arantes), e também "Lambada de Serpente" (Cacaso - Djavan). E, mais uma vez a participação
de Milton Nascimento, desta vez em "Morro Velho" (Milton Nascimento). A própria dupla considerava esse CD como o melhor trabalho por eles realizado.
Não poderia jamais deixar de citar os comentários inclusos no encarte do CD "Coração Matuto" que enfatizam ainda mais o "casamento harmonioso"
da Fina Flor da MPB com a Música Caipira Raiz, proporcionado por Pena Branca e Xavantinho:
"Pena Branca e Xavantinho, manos do meu coração, sempre surpreendendo a gente a cada novo disco, cada apresentação e cada gravação.
Vocês são o máximo em Música e Pessoas. A gente já fez coisas juntos em várias ocasiões e foi sempre uma emoção, que nos levou às
lágrimas e também aos ouvintes-platéia. Sou grato por terem me chamado para fazer parte dessa Dupla tão verdadeira. Mais um CD na rua,
mais uma emoção prá todos nós. Felicidades e estou sempre às ordens. Com muito amor."
"Mano Véio" Milton Nascimento
"Pena Branca e Xavantinho acrescentam como ninguém realidade a esta letra. Sinto um imenso prazer em ouvir 'Lambada de Serpente'
interpretada de maneira tão íntegra e autêntica por estas vozes."
Djavan
"Ouvir Pena Branca e Xavantinho me remete à maior emoção. A pureza de suas canções e a singeleza de suas interpretações fazem deles a mais
autêntica Dupla das Raízes Brasileiras. 'Planeta Água' gravada por eles foi o maior presente da minha vida. Se já era fã, agora só me
resta chorar."
Guilherme Arantes
No entanto, Xavantinho, que havia sido internado por problemas respiratórios no Hospital Nipo-Brasileiro em São Paulo-SP, faleceu no
início da tarde do dia 8 de Outubro de 1999, aos 56 anos, de insuficiência respiratória e falência múltipla dos órgãos. Sua morte
deixará, sem dúvida, uma enorme e insubstituível lacuna na Boa Música Brasileira...
Segundo Mauro Dias, em matéria no jornal "O Estado De São Paulo" no dia 09/10/1999: "A obra de Pena Branca e Xavantinho
representa o que há de melhor, mais digno e mais refinado na Música Sertaneja, sem concessão a modismos ou injunções de mercado".
De acordo com Rosa Nepomuceno em seu excelente livro "Música Caipira - Da Roça Ao Rodeio", na página 386, Xavantinho
"...sofria de uma espécie de nostalgia da roça e dizia que as pessoas saíam para a cidade carregando esperanças, mas acabavam colecionando
amarguras, sem conseguir voltar à Terra Natal...".
Em todos nós ficará inevitavelmente a saudade e a lembrança... Permaneceu, no entanto, por mais alguns anos, o carinho ao "Mano Véio" Pena Branca
que continuou heroicamente "na Estrada".
Pouco tempo depois do falecimento do Xavantinho, Pena Branca lançou pela inesquecível gravadora
Kuarup
dois excelentes CD's: "Semente Caipira" e "Pena Branca Canta Xavantinho":
"Semente Caipira", por sinal, foi vencedor do "Grammy Latino 2001" e contou também com a participação de
Inezita Barroso
na terceira faixa "Marcolino" (Domínio Popular). E a sexta faixa desse CD é "Correnteza" (Antônio Carlos Jobim - Luiz Bonfá) dando continuidade ao
"Harmonioso Casamento" da MPB com a Música Caipira Raiz! Lamentavelmente, porém, os dois excelentes CD's acima estão "fora de catálogo", pois a
Kuarup Discos
se viu obrigada a encerrar suas atividades, no início de 2009, após mais de 30 anos de Excelente Atividade... Resta-nos a esperança de que esse Acervo
Musical não seja perdido e que os respectivos CD's e DVD's sejam adquiridos por outra Gravadora/Produtora o mais breve possível, retornando assim aos
catálogos de vendas...
E a décima primeira faixa do CD "Pena Branca Canta Xavantinho" é "Meu Céu" (Xavantinho -
Zé Mulato)
gravada juntamente com o grupo
Viola Quebrada
do Paraná e que foi a última gravação do saudoso irmão e companheiro de Pena Branca, o Xavantinho!
Importante lembrar que essa mesma gravação de "Meu Céu" foi lançada originalmente na segunda faixa do excelente CD do Grupo
Viola Quebrada
de Curitiba-PR, também pela inesquecível Gravadora
Kuarup.
CD "fora de catálogo" devido ao encerramento das atividades da Kuarup, no início de 2009, conforme mencionado logo acima...
"...Não é o Céu,
conforme eu aprendi,
Mas se Deus achar por bem,
Pode me deixar aqui..."
Clique Aqui e ouça "Penas do Tié" (Folclore - adaptado por
Fagner) interpretada por Fagner, Pena Branca e Xavantinho no site da
MPB-NET.
Pena Branca se apresentou durante alguns anos juntamente com o Grupo "Viola de Nóis", formado por Tarcísio (Voz e Violão)
(foto à esquerda, juntamente com Ricardinho), Rogério Motta (Violão de Cordas de Aço), Christiano (Acordeon),
Márcio Bonesso (Contra-Baixo), Dedé Aires e Alex Mororó (Percussão) (o mesmo Grupo Musical que antes era denominado Grupo
"Mano Véio") e, com esse excelente conjunto, Pena Branca lançou o terceiro CD após o falecimento do irmão e companheiro
Xavantinho.
O CD foi gravado ao vivo no "Palco de Arte" em Uberlândia-MG em Abril de 2003. Destaque para "Triste Berrante" (Adauto Santos),
"Janela da Fazenda" (Pena Branca) e "Cantiga do Arco-Íris" (Xavantinho - Arlindo Moniz), além de mais nove excelentes
interpretações já consagradas pelo Pena Branca e pelo falecido Xavantinho.
E a foto abaixo onde Pena Branca se apresenta juntamente com o Grupo Viola de Nóis foi um presente que ganhei do Tarcísio,
Violonista do Grupo (à direita, de camisa azul), por ocasião do II Encontro de Violeiros de Ribeirão Preto-SP entre 13 e 14/03/2004.
Pena Branca e o Grupo "Viola de Nóis" (na época ainda com o nome Grupo "Mano Véio"), estiveram presentes no Programa
Viola Minha Viola
que foi ao ar no dia 28/05/2003 na
TV Cultura
de São Paulo-SP, apresentado pela "madrinha"
Inezita Barroso,
programa no qual também estiveram presentes o Poeta e saudoso Compositor
José Caetano Erba,
além de "César e Paulinho" e também a nova dupla "
Tião do Carro
e Odilon".
Além do grupo "Viola de Nóis", o "Mano Véio" Tarcísio também conduz a Orquestra de Violeiros de Uberlândia-MG "Viola do Cerrado",
que conta atualmente com 14 elementos, sendo 10 Violas Caipiras, além de 4 Músicos de apoio com Violão, Baixolão e Percussão. Dentre
os executantes, além de Músicos, a Orquestra também tem Engenheiros, Médicos, Sociólogos, Empresários e Professores, todos com um
sentimento em comum: o Amor à Música e à Viola Caipira!!!
Deixemos que o próprio "Mano Véio" Tarcísio nos fale sobre a Orquestra de Violeiros de Uberlândia "Viola do Cerrado":
"
No contexto de valorização de uma das mais verdadeiras e autênticas manifestações de nossa Cultura, o Universo Caipira tem
como o seu principal representante a Viola Caipira. O surgimento das Orquestras de Viola Caipira tem aí o seu mérito e
objetivos principais: ser o instrumento de divulgação da nossa Cultura Raiz.
A Orquestra de Violeiros de Uberlândia 'Viola do Cerrado' surgiu num momento ímpar em que Violeiros de todo o país
se mobilizavam para o reconhecimento do 'Ser Caipira' e do 'Ser Violeiro'". Idealizada no 1º Encontro de
Violeiros de Uberlândia-MG em Fevereiro de 2002, o sonho tornou-se real na primeira apresentação oficial no Encontro de
Violeiros e Contadores de Causos de Uberlândia-MG, evento que marcou pela sua grandiosidade, contando com um público de
mais de 3000 pessoas. Para abrilhantar mais ainda o evento, Pena Branca e
Inezita Barroso
– os Padrinhos da Orquestra - constituíram um espetáculo à parte. A Orquestra de Violeiros de Uberlândia-MG vem divulgando
seu primeiro CD intitulado 'Viola do Cerrado' (foto da capa à direita) lançado em agosto de 2004, que contou com a
participação muitíssimo especial de Tinoco (da dupla
Tonico e Tinoco).
Foi escolhida como a melhor Orquestra de Viola Caipira do Brasil no contexto do Prêmio Nacional de Excelência da Viola
Caipira 'Homenagem a Tião Carreiro', uma iniciativa da
Revista Viola Caipira,
referência para os violeiros de todo o país.
"
Clique aqui
e conheça o Site Oficial do grupo "Viola de Nóis" e também da Orquestra de Violeiros de Uberlândia-MG "Viola do Cerrado",
com a História dos dois Grupos, fotos diversas, mapa do palco, CD's à venda, e contatos para shows.
Na foto abaixo, a excelente apresentação de Pena Branca junto com o Grupo "Vióla de Nóis" no dia 15/06/2005, por ocasião da
Festa Junina do SESC de Bauru-SP:
Na foto abaixo, minha Esposa, a Netinha e Pena Branca (o intérprete favorito de Netinha),
após a apresentação na Festa Junina do SESC de Bauru-SP:
E na foto abaixo, Ricardinho e Pena Branca no dia 15/06/2005, após a apresentação no SESC de
Bauru-SP:
Pena Branca também gravou em 2006 o CD "Sertão Violeiro", junto com o Grupo "Viola de Nóis", produzido por Tarcísio Manuvéi, Rogério Mota e Alex Mororó,
gravado pela Bequadro Áudio, com destaque para belíssimas interpretações de "Menina Flor" (adaptação: Josino Medina - Pereira da Viola),
"Janela da Fazenda" (Pena Branca), "Aboio" (Pedro Elói - Heleno Álvares), "Veleiro da Saudade" (Pena Branca), "Tempos Atrás" (Sérgio Pena), além da
belíssima faixa-título "Sertão Violeiro" (Pena Branca - Tarcísio Manuvéi)!!
E, em 2008, Pena Branca gravou o seu último CD, intitulado "Cantar Caipira", num maravilhoso trabalho, o qual deixou satisfeito o "Mano Véio" Pena Branca,
pois ele conseguiu fazer a Seleção Musical "do jeito que gostava", sem interferência nem "pitacos" da mídia nem dos proprietários e produtores da
gravadora. Trabalho maravilhoso, sem dúvida, que "fechou com chave de ouro" a maravilhosa Produção da Dupla Pena Branca e Xavantinho, embora, nenhum de
nós pudesse imaginar que esse seria o "Canto do Cisne", já que Pena Branca estava ativo, "na estrada", com bastante energia, e com mais projetos para o
futuro, em termos de novos CD's a serem gravados...
Destaque para "Minha Viola Quebrou" (Aleixinho - Pena Branca), "Janela Da Fazenda" (Pena Branca), "Casinha De Palha" (Godofredo Guedes),
"Senzala" (Pena Branca), "Onze Horas" (Meire Parce - Pena Branca), "Nuvem De Cambraia" (Pena Branca), "Veleiro Da Saudade" (Pena Branca),
"Dança Do Bugio" (Pena Branca) (na qual Pena Branca homenageou o Gaúcho da Fronteira), além de uma belíssima regravação de
"Cuitelinho" (Folclore MS - Recolhido por Paulo Vanzolini - Antônio Xandó), na íntegra com as quatro estrofes, e também outra belíssima regravação de
"Jardim Da Fantasia" (Paulinho Pedra Azul), consolidando mais uma vez o "harmonioso casamento" da Música Caipira Raiz com a Fina Flor da Música Popular
Brasileira...
"Cantar Caipira", conforme mencionado logo acima, foi o derradeiro trabalho dos Irmãos do Triângulo Mineiro, pois o "Mano Véio" Pena Branca, por ironia
do destino, "partiu para o Andar de Cima" quando contava apenas 70 anos de idade, no início da noite de 08/02/2010, após sofrer um infarto em sua
residência no bairro paulistano do Jaçanã.
Tendo passado mal em sua casa, Pena Branca foi conduzido às pressas pela Esposa Maria de Lourdes e por sua vizinha para o Pronto-Socorro do
São Luiz Gonzaga (PS Jaçanã), onde faleceu às 18h:10min.
Para Pena Branca, que nunca havia apresentado nenhum sinal de problemas no coração, esse dia havia transcorrido dentro da normalidade em sua casa,
onde ele tinha inclusive tocado algumas Músicas em sua Viola. Foi um enfarte fulminante que levou o "Mano Véio" Pena Branca ao reencontro com seu
saudoso irmão Xavantinho...
Seu corpo foi sepultado no Cemitério Parque dos Pinheiros, próximo à Rodovia Fernão Dias.
Foi rezada a Missa de Sétimo Dia no Santuário Nossa Senhora Aparecida em Uberlândia-MG às 19:30 do dia 14/02/2010...
Leia abaixo a homenagem prestada ao Mano Véio Pena Branca pelo Produtor Musical Mário de Aratanha, fundador da inesquecível gravadora Kuarup, no artigo
intitulado
O Adeus Ao Último Caipira publicado no
Jornal do Brasil
no dia 10/02/2010:
"O Brasil acaba de perder seu último grande Artista Caipira em estado puro. Pena Branca, tanto ao lado do irmão Xavantinho quanto depois em
carreira-solo, fez a ponte do Caipira Regional para o nacional sem perder a pureza, sendo um dos protagonistas da nacionalização da Música Regional,
que passou, a partir de sua contribuição e de outros, a integrar mais ainda o panorama da Música Popular Brasileira.
Compreendemos melhor esta afirmação quando percebemos a influência dessa Música, essencialmente rural, na produção urbana de mestres da MPB
(de Ary Barroso a Milton Nascimento, de Lupicínio [Rodrigues] a Caetano [Veloso]) que se inspiraram na poética e na estética do interior.
O grande marco foi O 'Cio da Terra' (de Milton e Chico), gravada por Pena Branca e Xavantinho em 1987, no disco homônimo, que contou, inclusive, com a
participação do Milton.
Apesar de não ser um virtuose na Viola, pois era um cantor que se acompanhava (Xavantinho tocava Violão na Dupla), Pena Branca era sempre colocado no
rol dos grandes Violeiros do Brasil. Era imensa sua Cultura dos ritmos que compõem o Universo Caipira – o interior de São Paulo, Paraná, Centro-Oeste e, é
claro, de sua terra, Minas Gerais.
Conheci Pena Branca sempre sorrindo, de bem com a vida. Preparava o melhor frango com quiabo que comi...
Nosso encontro profissional se deu por intermédio do Cláudio Stinghen, que em 1992 me chamou para registrar em disco um show da dupla com
Renato Teixeira.
Foi em Tatuí-SP, a cidade mais musical do interior de São Paulo, onde conheci também a Leo Stinghen, produtora da dupla Pena Branca e Xavantinho, e minha
parceira no melhor disco que fiz na vida.
A gravação virou o antológico LP/CD 'Ao Vivo em Tatuí', que vendeu mais de 300 mil cópias e se tornou o maior sucesso da minha antiga gravadora Kuarup
(vendida no início deste ano para um grupo de empresários de São Paulo-SP).
'Ao Vivo em Tatuí' é um dos 10 ou 20 melhores discos da Música Popular Brasileira, no qual a Fina Flor do Instrumental estava presente, como Zé Gomes e
Kapenga, além do Pena, Xavante e Renato. Foi o grande grito de qualidade da Música Caipira.
A partir daí, procurei me aproximar da Dupla, mas por questões contratuais nunca consegui gravar os dois irmãos de novo. Só voltei a trabalhar com
Pena Branca após a morte de Xavantinho em 1999, quando gravamos 'Semente Caipira', no ano seguinte. Com arranjos do Gilvan de Oliveira, o disco foi
premiado com o Grammy Latino, em 2001, na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja.
No ano seguinte, já com o Grammy na mão, produzi 'Pena Branca Canta Xavantinho', e chamei o Violeiro
Chico Lobo
para participar de uma faixa, solidificando a parceria entre os dois. Agora, com a perda inestimável de Pena Branca, a Viola está órfã de um de seus
últimos pais... Fico na torcida para que os mais novos, como o próprio
Chico Lobo
e os paranaenses do
Viola Quebrada
e tantos outros, mantenham a Bandeira erguida e sigam com a tradição.
Adeus, Mano Véio...
""
Mario de Aratanha fundou, em 1977, a inesquecível gravadora Kuarup Discos, especializada em Música Brasileira, com destaque para a Regional e a Erudita!
O selo, vendido no ano de 2009, produziu os Discos da carreira-solo de Pena Branca e sua participações nos discos da série 'Cantoria brasileira'.
Na foto abaixo,
Enúbio Queiroz
(premiado na Categoria "Pesquisador / Professor"), Ricardinho e Tarcísio Manuvéi (agraciado na Categoria "Grupo De Viola", pelo excelente Grupo
"Viola de Nóis")!
Voltei a me encontrar com Tarcísio Manuvéi quando o Conjunto "Viola de Nóis" foi contemplado, na Categoria "Grupo", com o
Prêmio Rozini de Excelência da Viola Caipira, promovido pelo
IBVC - Instituto Brasileiro da Viola Caipira,
no Memorial da América Latina, em São Paulo-SP, no dia 17/06/2013!!!
Na foto abaixo, da esquerda prá direita, Tarcísio Manuvéi, Ricardinho e
Oswaldo Rios,
no dia da premiação. Na mesma noite, Tarcísio Manuvéi também foi agraciado com o Prêmio Rozini na Categoria "Intérprete",
enquanto que Oswaldo Rios, integrante do Conjunto
Viola Quebrada,
foi agraciado com o Prêmio Rozini na Categoria "Grupo"!!! E, nessa mesma noite,
Rogério Gulin,
também integrante do Conjunto
Viola Quebrada,
recebeu o Premio Rozini também na Categoria "Violeiro"!!!
Clique aqui
e ouça o Programa "Estúdio F – Momentos Musicais da Funarte" que foi dedicado à Dupla "Pena Branca e Xavantinho" e
que foi ao ar pela
Rádio Cultura Brasil AM
de São Paulo-SP - 1.200 kHz - no dia 30/06/2012. Apresentação: Paulo César Soares; Roteiro: Cláudio Felício; Produção:
Rádio Nacional
– Rio de Janeiro-RJ.
Essa "viagem de trem" pelo Interior Musical do Brasil não pára por aqui:
clique aqui
que esse trem agora o levará à "Capital Federal" para que você possa conhecer dois Grandes
Personagens que fazem a História de nossa Boa Música Caipira Raiz nos tempos atuais: a "Dupla
Três Em Um":
Zé Mulato e Cassiano,
dois mineiros que moram em Brasília e estão na Estrada mantendo viva a Nossa Boa Música Caipira
Raiz.