Paschoal Todarello, o Belmonte, nasceu em
Barra Bonita-SP
no dia 02/11/1937 e faleceu num acidente de carro em Santa Cruz das Palmeiras-SP no dia 09/09/1972.
Domingos Amaraí Sabino da Cunha, o Amaraí, nasceu em Tapiraípe-BA (Distrito de Rui Barbosa-BA), no dia 11/10/1940 e faleceu em Alfenas-MG, no dia 21/07/2018.
Alguns biógrafos afirmam que o Amaraí é natural do Estado de Goiás, mas essa dúvida foi esclarecida pelo Francis Jr., filho do Amaraí:
"A história real é que meu Pai nasceu conforme está no site, em Tapiraípe-BA, Distrito de Rui Barbosa-BA, nascido e registrado conforme
Certidão de Nascimento; anos depois, fora morar com meus Avós Paternos em Santa Helena-GO."
Muito obrigado, "Cumpadre" Francis Jr., pela informação e pela ajuda nesse resumo biográfico!!!
Belmonte, conhecido carinhosamente como Lico em Barra Bonita-SP, formou duplas com Belmiro e
também com Miltinho Rodrigues (que mais tarde, por sua vez, formou dupla com Tibagi: a famosa
dupla
Tibagi e Miltinho).
Domingos Sabino, por outro lado, com apenas 16 anos, em Rio Verde-GO, já cantava em dupla com
Amoroso. A dupla foi desfeita e Amaraí seguiu para São Paulo-SP, onde passou a se apresentar
sozinho, cantando na noite. Amaraí também chegou a formar dupla com
Tibagi,
algum tempo depois.
Com apenas 16 anos, Belmonte também já se aventurava pela Capital Paulista atrás do sonho de
cantar; e foi com 18 anos que conheceu Belmiro e formou com ele a dupla "Belmiro e Belmonte",
dupla essa que gravou o LP "Aquela Mulher", pela gravadora Sabiá, e que foi o primeiro disco
na carreira artística de Belmonte.
O sucesso demorou e só chegou em 1964, quando Belmonte, já com 26 anos de idade, conheceu o
Amaraí no “Café dos Artistas”; formou-se a célebre dupla “Belmonte & Amaraí”, a qual se
apresentava em casas noturnas e bares, interpretando os mais diversos estilos musicais, em
diversos idiomas.
No ano seguinte, Nenete (da dupla
Nenete e Dorinho),
sendo Diretor Artístico da gravadora RCA
(hoje BMG), propôs à dupla o contrato de gravação. E em 1966 Belmonte e Amaraí lançaram o
primeiro LP, no qual o sucesso da faixa-título "Saudade De Minha Terra" (Goiá - Belmonte)
se encarregou de imortalizar a dupla. E foram mais de 1.650.000 cópias vendidas, número até
hoje raramente igualado.
No pouco tempo que durou, a dupla Belmonte e Amaraí deixou sua História na Música Caipira
Raiz e, obviamente não poderemos jamais mencioná-los sem citar o grande sucesso "Saudade De
Minha Terra" (
Goiá
- Belmonte) que se tornou um clássico da Música Caipira Raiz, gravado também por inúmeros
outros intérpretes tais como
Sérgio Reis,
Liu e Léu,
Chitãozinho e Xororó, e até mesmo em versões instrumentais, a cargo de
Ivan Vilela,
em Solo de Viola e Laércio Ilhabela, em Solo de Violão!
Clique Aqui
e ouça "Saudade de Minha Terra" (Goiá - Belmonte) interpretada em Solo de Viola por Ivan Vilela
num arquivo musical pertencente ao
Site Oficial de Ivan Vilela.
Clique Aqui
e ouça "Saudade de Minha Terra" (Goiá - Belmonte) interpretada em Solo de Violão por Laércio
Ilhabela num arquivo musical pertencente ao
Music Express.
Eis abaixo a letra da belíssima "Saudade De Minha Terra" (Goiá - Belmonte):
De que me adianta viver na cidade
Se a felicidade não me acompanhar,
Adeus paulistinha do meu coração,
Lá pro meu sertão eu quero voltar,
Ver a madrugada quando a passarada
Fazendo a alvorada começa a cantar,
Com satisfação, arreio o burrão,
Cortando o estradão, saio a galopar,
E vou escutando o gado berrando,
Sabiá cantando no jequitibá.
Por Nossa Senhora, meu sertão querido,
Vivo arrependido por ter te deixado,
Essa nova vida aqui na cidade
De tanta saudade eu tenho chorado,
Aqui tem alguém, diz que me quer bem,
Mas não me convém, eu tenho pensado,
Eu vivo com pena, pois essa morena
Não sabe o sistema que eu fui criado,
Tô aqui cantando, de longe escutando
Alguém está chorando com o rádio ligado.
Que saudade imensa do campo e do mato,
Do nosso regato que corta as campina,
Aos domingo eu ia passear de canoa
Nas lindas lagoas de águas cristalinas,
Que doce lembrança daquela festança
Onde tinha dança e muitas meninas,
Eu vivo hoje em dia sem ter alegria,
O mundo judia mas também me ensina,
Estou contrariado, mas não derrotado,
Eu sou bem guiado pelas Mãos Divinas.
Prá minha mãezinha já telegrafei
Que já me cansei de tanto sofrer,
Essa madrugada estarei de partida
Pra terra querida que me viu nascer,
Já ouço sonhando o galo cantando,
O inhambu piando no escurecer,
A lua prateada clareando as estradas,
A relva molhada desde o anoitecer,
Eu preciso ir pra ver tudo ali,
Foi lá que eu nasci, lá quero morrer.
Segundo "Mato Grosso e Mathias" e também
Milionário e José Rico,
Belmonte e Amaraí possuíam
as vozes mais afinadas e que "melhor se casavam" na época. No entanto, apesar do belíssimo
entrosamento vocal, haviam freqüentes desentendimentos e separações esporádicas da dupla. E
foi numa dessas brigas que Belmonte chegou a gravar um LP com Miltinho Rodrigues (o LP
"Sucessos" - "Belmonte e Miltinho"); e chegou a se apresentar também com Amauri, apesar de
com ele não ter gravado nenhum disco.
Belmonte também chegou a participar no início da década de 1970 o do LP "Jóias da
Música Brasileira" a convite de Geraldo Meirelles e, nesse disco, ele cantou 6
clássicos da Música Caipira Raiz e Folclórica acompanhado de Coral e Orquestra. Dentre elas,
"Chuá, Chuá" (Pedro Sá Pereira - Marques Porto - Ary Pavão), "Rio de Lágrimas" (Lourival dos
Santos - Tião Carreiro - Piraci) e "Negrinho do Pastoreio" (Barbosa Lessa).
Belmonte e Amarai gravaram mais 5 LP's, tendo sido "Porque Fui te Conhecer" o último disco de
carreira, lançado pouquíssimos dias depois do acidente que vitimou Belmonte em 09/09/1972.
Neste último LP, saíram apenas 11 músicas, o que era pouco comum na época, já que a grande
maioria dos LP's tinham 12 músicas, sendo 6 de cada lado. Acredita-se que a música que faltou
tenha sido por causa do falecimento repentino do Belmonte antes da conclusão da gravação do
disco, apesar de que, segundo Amaraí, todas as músicas programadas para o disco haviam sido
gravadas.
Belmonte e Amaraí tornaram-se um marco dentro da Música Sertaneja, considerado por alguns como
sendo os precursores do "Sertanejo Moderno". Eles inovaram na instrumentação incluindo Harpa
Paraguaia, Piano, Bongô e Trompetes, instrumentos musicais praticamente inéditos até então na
Música Caipira.
Belmonte e Amaraí também foram influenciados pela Música Folclórica Mexicana (a qual possui em
Miguel Aceves Mejia um de seus expoentes máximos) e além disso gravaram também versões de
músicas de Nat King Cole e Boleros de Augustin Lara (como por exemplo "Solamente Una Vez") e
também músicas românticas que eram sucesso na voz de intérpretes populares como Roberto Carlos,
como foi o caso de "Meu Pequeno Cachoeiro" (Raul Sampaio). E, de um certo modo "abusaram do
pioneirismo" gravando a versão
de "The Green Green Grass Of Home" - "Os Verdes Campos de Minha Terra" (Putman - versão:
Geraldo Figueiredo), no LP "Boa Noite Amor" lançado em 1968 (possivelmente o primeiro Country
na Música Caipira Brasileira).
Há quem diga também que Belmonte e Amaraí foi a primeira dupla a homenagear os caminhoneiros,
através da gravação da versão de "La Carreta Campesina" - "Carreta da Fronteira" (D. Chase -
Mauricio Cardozo Ocampo - versão: Palmeira), em 1972 no penúltimo LP, intitulado "Gente da
Minha Terra".
Belmonte também gostava de ouvir música no rádio do carro; viajava à noite, em vez de dormir,
para ter idéias para as versões que queria compor.
Na curta porém expressiva carreira de Belmonte foram mais de uma centena de músicas gravadas,
tendo sido cerca de 25 composições e versões de sua autoria, até que o trágico acidente de
automóvel tirou sua vida, antes mesmo dele completar 35 anos. Inesquecível, a dupla "Belmonte e
Amaraí" continua sendo solicitada e tocada nos programas sertanejos de diversas emissoras de
rádio em todo o Brasil.
Seu companheiro Amaraí, por outro lado, seguiu cantando e gravando, formando também outras
duplas, inclusive com Tibagi (o mesmo da dupla
Tibagi e Miltinho),
tendo feito também gravações em "carreira-solo". Foram mais de 40 LPs, os quais alcançaram ótimas vendagens.
Atualmente o Amaraí canta em Dupla com seu filho Francis Douglas da Cunha, sendo que a nova Dupla já teve o nome "Amaraí e Francis Jr." Atualmente a Dupla
formada por pai e filho utiliza o pseudônimo "Belmonte e Amaraí". Dupla que, por sinal, está lançando um CD e um DVD com os maiores sucessos de
"Belmonte e Amaraí", com participações de eternos ídolos da Música Sertaneja, tais como o Tibagi (da Dupla
Tibagi e Miltinho),
Dorinho, Iara e Ponteli
(o mesmo Dorinho que fez parte da Dupla
Nenete e Dorinho) e
Duo Ciriema.
Pai e filho, "Belmonte e Amaraí" também já estiveram presentes no
Viola Minha Viola,
apresentado pela "Madrinha" e Comendadora
Inezita Barroso,
na
TV Cultura
de São Paulo-SP no programa que foi ao ar no dia 11/06/2003. "Belmonte e Amaraí" (que na época chamavam-se "Amaraí e Francis Jr.") reviveram
alguns sucessos da antiga Dupla "Belmonte e Amaraí", relembrando o saudoso companheiro Belmonte. Também estiveram presentes no mesmo programa o
Tinoco
que falou inclusive sobre o seu recém-lançado livro "Um Herói do Sertão" (escrito por Gildo Sanches - Editora Perez - 2003) e a Dupla
Jacó e Jacozito.
A nova Dupla "Belmonte e Amaraí" tem uma participação especial no CD "Meu Reino Encantado III" (gravado pelo Daniel em 2005), interpretando o
inesquecível sucesso "Gente da Minha Terra" (Goiá - Amir), além de já ter participado também do Programa "Terra Nativa" na TV Bandeirantes (junto com
"Guilherme e Santiago" e "Rio Negro e Solimões").
Amaraí e seu filho Francis possuem a marca e a patente "Belmonte e Amaraí", que garante a eles a propriedade legítima e é o nome que a Dupla usa
atualmente com amparo legal da Lei.
Quero aqui convidar o Apreciador a conhecer o excelente site da ONG
Gente da Nossa Terra,
editado por Sérgio Ferraz, o qual homenageia Belmonte e sua cidade natal, com uma excelente
biografia,
fotos e discografia completa.
E, na foto abaixo, oriunda do Site
Gente da Nossa Terra,
Amaraí e Zé Maringá (José Aparecido Gênova), por ocasião da inauguração da Praça Belmonte, em Barra Bonita-SP em 2001. Zé Maringá reside atualmente em
Assis-SP. Ele foi o Sanfoneiro Oficial da inesquecível Dupla "Belmonte e Amarai", nas interpretações de belíssimos sucessos, tais como "Saudade de
Minha Terra" (Belmonte - Goiá), "Terra Querida" (Nenete - Francisco Lacerda) e "Morena Cheirosa" (Nenete - Dorinho), dentre muitos outros!
Nas fotos abaixo (gentilmente enviadas pelo Francis, Filho do Amaraí) um retrato da nova Dupla "Belmonte e Amaraí" e sua logomarca:
Contato para venda de CD' s:
(11) 3337-7309
(11) 3221-0727
(falar com Clodoaldo)
Ou então:
(35) 9919-9403
(11) 8698-7220
Clique aqui
e conheça o
Site Oficial de Belmonte e Amaraí
com biografia, fotos e discografia, além de "Mural do Fã" e contatos para shows da excelente Dupla, cuja memória vem sendo preservada pelo Amaraí e pelo
seu filho Francis Jr.!
E, foi com profunda tristeza que a Cultura Caipira recebeu a notícia do falecimento do Amaraí, no dia 21/07/2018, aos 77 anos de idade, vítima de infarto, em Alfenas-MG, onde residia...
Seu corpo foi velado e sepultado no dia 22/07/2018 no Cemitério Municipal de Alfenas-MG...
Amaraí, com certeza, foi recebido de Braços Abertos no Oriente Eterno.·., tendo se reencontrado com o Belmont, e, agora seus belíssimos Sucessos, que ele tão bem cantou em Dupla com o saudoso parceiro, que havia partido "bem antes do combinado" (como diria o "Cumpadre"
Rolando Boldrin),
já fazem parte do Repertório do Grande Coro e da Grande Orquestra Celestial de Violeiros.·., sob a Regência do Grande.·. Arquiteto.·. Do.·. Universo.·. ...
Amaraí: Receba de Netinha e Ricardinho essa Singela Homenagem...
Essa viagem pela Música Caipira Raiz continua:
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e pegue o trem, que ele agora irá para Altinópolis-SP: conheça um pouquinho dessa bem humorada Dupla Caipira que,
além de interpretar suas próprias composições, também tem gravado músicas de diversos compositores e produzido
seus programas de rádio em estúdio próprio. Conheça um pouquinho do interessante trabalho de
Canário e Passarinho
que continuam se apresentando e gravando seus discos, defendendo a nossa Música Caipira Raiz.